Filho do Homem...

   O gineceu da flor era o portal criativo para origem do homem. Eu era o filho do pai, e ele me tornou filho do homem. Por que o que for ligado na terra também será ligado no céu. Ele me ligou no mundo dos homens, e ao mesmo tempo eu estive ligado no seu mundo:






—Filho, sou seu pai da gloria, também serás filho do pai da terra, filho do meu filho. Nascerá outro corpo em ti, para que os filhos dos homens saibam que eu também sou pai deles. Por que Deus é pai até dos filhos da carne. 



—Pai se assim for a tua vontade, faça o homem, e que eu seja também o filho dele. Amém.



— Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. Ele será a imagem do pai, a sabedoria do filho. 



Então do bolo de barro, eu fui lançado, e meu espírito juntou-se aos fragmentos do solo. Eu fui modelando as suas pernas, fui criando sua cabeça. Meu rosto estava duro de terra, meus lábios não eram de células vivas, o sangue não corria na minha veia. Eu era a sua estátua.

O filho do homem entrou nas minhas narinas e assoprou. Pude sentir os meus braços de terra se quebrando, minhas duras pernas de barro se mover pela primeira vez. Meus olhos se abriram. Ele me chamou de Adão. A cada toque do meu olhar, fiquei fascinado com seu paraíso, ao ver os pássaros voando por cima de minha cabeça.

Eu já não era a majestade, mais filho da majestade. Comecei a correr na grande floresta com os braços abertos. Entrei dentro dos rios e nadei, estava nu, sem um pingo de vergonha. Eu era uma criança, e ele era o meu pai. O leão não me tocava a serpente não chegava perto de mim: 



— Obrigado meu Deus por me tirar do barro e me fazer teu filho!



— Filho eu te tirei do barro, por que o filho do homem será teu pai, e tu serás filho dele. Por tanto, filho do meu filho, carne da sua carne. Porém algo não me completava. Eu corria sozinho naquela floresta.

Os insetos eram meus guias, os animais os meus amigos de solidão. Fui dormir um profundo sono, carregado de uma angustia sem limite. O pai sentiu. Ele passeava no jardim, e me visitou na minha tristeza. Tirou um pedaço de minha costela, e modelou a minha companheira. Ao acordar do meu sono da tarde, olhei ao meu lado estava uma linda mulher:



— Você é o que?

— Sou sua parte.

— Meu sangue corre no teu?

— E o meu corre no seu... 



Abracei com o carinho de minha irmã, éramos duas crianças perdidas na floresta, meio aos perigos das serpentes, e de Lúcifer que passeava por ela. Pena que ela se deixou levar pelas palavras de Lúcifer, e comemos da árvore do mau.

Assim como o primeiro maestro, éramos os regentes da floresta, ele me deu o direito de governar sobre os animais. No entanto após obedecer à voz da serpente que rodeava a floresta, fomos lançados ao deserto. Nunca mais tive o direito de passear com o leão, e não ser atacado. Mais meu pai não me abandonou, ele tinha muitos filhos, e permitiu que seu filho, viesse aqui para reinar sobre nós.


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