Indicação de Leitura: O Homem Que Ficou Rico Com Um Real

                                      
                       Mais um livro escrito pelo pai do pequeno Pedro Lucas- Emoção!


          Existe uma grande diferença entre ricos e pobres. Não é o dinheiro que gera a riqueza em si, mais o que as pessoas fazem com o dinheiro. Há uma regra muito simples para ficar milionário: “Aplique seu dinheiro naquilo que traga mais dinheiro”. 

Esse livro conta a história de um homem chamado Zezinho. Teve uma infância bastante sofrida, pois perdeu os seus pais quando ainda era criança. Sua família o abandonou e para não ficar na rua, foi morar num orfanato. Morando ali até completar seus 12 anos, quando fugiu do orfanato, e passou a pedir esmolas e comer restos de alimentos que sobrava dos restaurantes. 


Porém uma coisa muito diferente existia no Zezinho, ele não gastava as moedas que pegava das esmolas. Em vez de comprar comida, algum lanche para matar a sua fome, o garoto guardava as moedas numa lata, e quando tinha uma quantidade suficiente trocava nos mercados e investia em pipocas e balas para vender. 

Comprou uma caixa de engraxar sapatos, e essa foi a sua primeira ideia criativa. Desde então, conseguiu ficar rico e milionário começando com essas simples moedinhas. Esse livro mostra que é possível ganhar pouco dinheiro, e mesmo assim, conseguir uma grande fortuna.

Recomendação de Leitura: O Diário De Um Ex-Mendigo


   Mais um livro escrito pelo pai do Pequeno Pedro Lucas. Seus livros são emotivos, profundos, carregados de sentimentos. Conceitos de família e relacionamento num toque mais que especial.Vale a pena ver os detalhes.


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Sou o pai mais sensível do mundo


     Alguns anos atrás eu me via o homem mais fraco do mundo, a criatura mais pobre de todos, o ser humano mais coitadinho e oprimido da face da terra. Na verdade eu era alguém que não sentia dor... Alguém que não imaginava que precisava sentir dor. 

Eu não aceitava a dor. Eu não aceitava a tristeza. Por que para mim a vida tinha que ser bela. Ela não deveria ter espinhos. Seria apenas como uma flor delicada, e seu perfume teria que ser exalado.Isso explica a minha imaturidade em relação a vida. Eu precisava sentir dor para poder crescer. Então aos poucos Deus foi me preparando para entender que minha vida não seria tão fantástica assim, eu nunca de fato seria eternamente super-homem. 


    A minha exaltação foi sendo esmagada pela minha fragilidade. Foi difícil aceitar a minha primeira dor.Foi complicado entender o meu primeiro choro. Depois aos poucos eu fui me acostumando com aquilo, e me preparando para sorrir nos momentos mais difíceis que eu jamais imaginei que fosse passar.


Mostrar um Sorriso para um filho que mesmo diante da dor precisa brincar. Cantar para um filho que precisa ouvir o som da minha voz. Hoje entendo que a dor que eu senti não se compara a sua dor, que a minha lágrima não se compara a suas lágrimas. Mais de uma coisa eu sei: " Aprendi que não existe crescimento sem dor, e não há paz sem sofrimento". Pelo meu filho eu enfrento o que for possível... Por ele eu dou as 40 voltas no planeta, eu derrubo um gigante, eu passo noites de frio sem dormir. 


Pedro Lucas é um anjo que Deus colocou na nossa vida. E esse anjo veio do céu para testar o nível de nossa fé. Veio para testar o nível de nossa força e coragem. Anjos não passam por aqui todos os dias, alguns deles são raros, ocultos e escondidos dos olhos humanos. 

Anjos não merecem o lixo desse mundo. Anjos merecem voar nas altas nuvens dos céus.Algumas vezes podem me chamar de louco, talvez de pai babão. Não sou apenas um pai, como ele não é apenas meu filho. Entendo que ele veio aqui nesse mundo como um anjo, e um anjo que mudaria todo o percurso de meus hábitos e pensamentos. 

Por que eu não posso sentir dores, se os anjos sentem? Por que eu não posso sofrer, se os anjos sofrem? Sabe o que eu vejo na maioria das famílias? Que elas acham que os filhos estão aqui para serem os melhores. Melhores na faculdade, campeões do trabalho. Preparados para ter um casamento milionário.Eu já penso diferente. Alguns filhos não nascem gênios das ciências humanas. Alguns filhos não nascem para salvarem a pátria nacional. Eles nascem para transformar a vida de seus pais completamente. 

Quando o meu filho nasceu todas as minhas dores foram embora... Todas as minhas dores desapareceram. Eu nunca imaginei que suportaria tanta coisa em minha vida. Uma simples dor na unha já me tirava de sério. Uma simples dor de dente me fazia ficar irritado comigo mesmo. 

Vivia com os nervos a flor da pele, e não tinha muitos motivos para viver. Depois que meu anjo nasceu por essas terras sofridas, a história de minha vida começou a mudar. Como minhas dores iriam desaparecer com dores maiores? Se eu já estava sofrendo com tantas outras coisas, imagina ter que ouvir da boca de um médico sacana, que seu filho poderia ficar cego, paralítico ou surdo? 

Na imaginação seria algo que eu não suportaria. Mais suas dores me fizeram crescer. Na verdade eu não sinto mais dores, e por ele eu mataria mil leões. Agora entendo que ele veio para fazer a diferença. Ele me fez acordar, e eu o fiz dormir. Dormir para não perceber a sua dor. Juntamente com ele, ainda que tenha muitos outros filhos, jamais serão tão fascinantes como ele.

Um anjo que nasceu e está por aqui, me indicando os mistérios mais profundos da minha existência. Quem sabe um dia vamos encontrar a cidade perfeita que tanto procuramos, a casa que realmente merecemos, talvez uma cabana onde haja paz e essas doenças não possam nos atingir.


E nessa cidade perfeita não sentiremos mais dores. As suas e as minhas lágrimas desapareceram. Assim como ele é, também eu sou. Assim como ele sente, também já senti. Não é a toa que sua face é muito parecida com a minha. E na nossa tão grande semelhança vamos viver por essas terras até o dia que Deus permitir.


                                (O anjo que curou a minha dor)



Antes que o dia se acabe, aproveite os momentos...



  Família.Alguns anos atras eu não sabia o significado dessa palavra. Hoje fico me perguntando o que eu seria se não fosse tais pessoas nos círculos de minha existência.Seria alguém sem sentido, sem vida... 


Agora entendo que não é a toa que eu mudei tanto minhas atitudes em relação a isso. Você é apenas alguém que depende muito do outro, ainda que possa andar com seus próprios pés, que consiga fazer praticamente tudo... Você não terá alegria se não tiver tais pessoas na sua vida. Perdê-las nem se fala, seria o fim, uma catástrofe, a aniquilação de todo sentido... 


Alguns anos atras eu gostava de ficar dentro de um quarto escuro sozinho comigo mesmo, achando que aquilo era demais. Hoje aprendi que pequenos momentos representam quase tudo, principalmente por que passamos tão depressa nesse mundo, e a única coisa que fica são as marcas... 


As marcas de momentos felizes. Então cada dia é único e insubstituível, e o valor dessas coisas não tem preço, não há dinheiro que pague. E pensando dessa forma acabo descobrindo que pobre ou rico tanto faz, o que vale é viver intensamente enquanto podemos viver, e isso com certeza não será para sempre. 

Então antes que o sol se ponha, por que não aproveitamos o dia de forma mais intensa... Assim, quando o dia se acabar, por que infelizmente não há bem que sempre dure, e nem mau que um dia não se acabe, tudo termina e muda, mais essa coisa chamada "família" permanece para sempre no calendário da existência. 

Não há futuro excelente, nem o dia da felicidade, o que existe são dias constantes que começam e terminam, e continuam... continuam para sempre.Essas cenas as vezes poucos percebem o real sentido delas... o mundo não vai parar para observar isso, por que o mundo não percebe esses detalhes. Olhando assim até parece que a história que conto não é tão dramática, é que seu sorriso apaga qualquer dor.



As frases mais emocionantes desse Blog- Pensamentos de um anjo




" Vi minha segmentação, as minhas células carnais desenvolvendo. Ganhei um esqueleto que eu não tinha, fui coberto de uma pele fraca. E meu pai sempre me confortava. Eu ouvia sua voz dentro daquele útero:



— Seja forte meu filho! Essa é sua mãe, sinta sua natureza, sinta seu sentimento.


Gostaria de compartilhar com você um segredo de sabedoria. Talvez você nunca tenha visto na vida o que eu irei falar agora. A primeira vez que eu senti os sentimentos humanos fiquei pasmado com tamanha delicadeza. 

Eu era um bebê, tinha poucas gramas, umas perninhas frágeis e macias. Um rei que andava num cavalo branco, rodeado de anjos imbatíveis. Eu era a maior fortaleza do universo, rebaixado a um corpo de poucos centímetros de espessura. Meu palácio não tinha contagem certa, meu corpo não tinha peso. Agora diante dos sentimentos humanos eu carregava poucas gramas..."


(A história do meu projeto)

" Era como se fosse apenas uma substância capaz de circular nesse planeta, entrando nas folhas das árvores, sentindo os passarinhos voando sobre os céus... Eu não era mais um ser humano, eu tinha as asas de um anjo, tinha a força para respirar no seu respirar, sentir o seu sentir. Como eu escreveria isso, se não fosse capaz de vê-lo na hora de seu milagre? 

O que mais me fascinou é que eu vi os dedos de uma mão invisível transformando a sua morte pela vida, a sua deficiência pela vitória. Então como médico, subi naquelas escadas, entrei no seu quarto, observei o seu corpo, entrei nas suas células, e devolvi a vida... Respirei no seu respirar. Finalmente voltamos, e seus olhos se abriram diante de mim."



( A vida que quase se foi...)



" O tempo se passou e ele parecia ter morrido. Mais todas as noites em que eu dormia, meus sonhos estavam ligados aos dele. Éramos como um elo ligado, e nos comunicávamos pela linguagem dos sonhos. Ele aparecia nos meus pensamentos e me dizia que estava tudo em paz. Que poderia dormir tranqüilo por que um dia tudo seria esclarecido"


(Os pensamentos de meu pai...)



"Diante da profunda viagem da vida, uma coisa me fascina por dentro. Como medir o amor de uma mãe? Como entender a comunicação do feto durante o processo da gravidez? Há um mistério muito além da medicina neonatal... Além dos enigmas que envolvem conceitos de embriologia e genética humana. Não somos feitos de genes, nem tão pouco de células sexuais definidas. Somos gerados do amor.

O amor é uma força profunda, é o elemento principal de uma geração de famílias que crescem e se multiplicam. São partes energéticas de uma relação harmoniosa entre duas pessoas que se amam. 

Ter filhos não é uma questão de escolha, você é apenas o semeador, e Deus o projetista da semente. Na formação de teu corpo os detalhes podem até serem compreendidos pela medicina, mais a ciência da vida não se resume em conceitos biológicos. Não somos gametas, somos partes psicológicas do amor. O amor precisa ser entendido pela filosofia de Deus, nas partes misteriosas da comunicação fetal entre mãe e bebê. O mistério da vida se resume nessa linguagem sobrenatural, e funciona mais ou menos assim."




(Não há como entender o amor de uma mãe)

" Você já é o gene batalhador, o cromossomo deslumbrante, o gameta que venceu a morte antes mesmo de se tornar vivo. O embrião que cresceu mesmo sem espaço. O menino que teve forças mesmo no ambiente que não proporcionou isso. 

O orador mais brilhante do mundo, mesmo que sua fala fosse quase incapaz de ser pronunciada. O músico que tocará as músicas de Deus, e degustará os sons em sua harmonia, ainda que sua audição fosse quase comprometida. O leitor mais culto, pois leu o seu pai, e leu a si mesmo nas letras de suas próprias palavras. O meu filho que esteve aqui mesmo sem condições de está."

( A solidão de meu pai...)


" E eu o filho do Profeta Zacarias vi o meu pai ficar mudo sem poder falar por alguns dias. Mais ele voltou a falar. E eu o filho de Ana entendi a voz de Deus. Também filho de uma mãe que me perdeu, mais que me reencontrou na beira do rio. Ajudei Israel a sair do Egito. Eu filho de Jacó que fui vendido ao Egito como escravo, e os meus sonhos se realizaram, e abracei meu pai outra vez. E eu o filho de Abraão que quase morri no deserto fui alimentado pelo anjo. Eu Isaque fui o filho da velhice do meu pai e da minha mãe Sara, mesmo velhinhos viram a minha chegada. 


Eu que fui gerado do meu pai como a primeira criatura, submetido ao ventre de uma mulher para nascer no mundo dos homens, esteve por aqui, fiz os milagres, testifico todas essas coisas. Aquele que crer em mim ainda que esteja cego voltará a Enxergar. Se paralítico voltará a andar. Mesmo mudo posso devolver sua fala. Estando morto voltará a viver, e se não voltar um dia ressuscitarei dos mortos para que junto do meu pai possamos viver em família para sempre. 

Venha comigo meu filho e descanse em paz. Continue a sua jornada, pois a sua batalha já foi vencida. Finalmente começamos aqui a nossa verdadeira história. A batalha dos nossos genes. O ponto que nos comoveram desde o inicio. E agora estou livre para percorrer essa estrada da vida sem nenhuma culpa ou frustração."


( Os meu amigos mais secretos...)


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Um ano se passou...

    Diante da profunda viagem da vida uma coisa me fascina por dentro.Como medir o amor de uma mãe? Como entender a comunicação do feto durante o processo de gravidez? 


Há um mistério muito além da medicina neonatal... Além dos enigmas que envolvem conceitos de embriologia e genética humana. Não somos feitos de genes, nem tão pouco de células sexuais definidas. Somos gerados do amor... Todos somos únicos, raros e preciosos.






As palavras que meu filho não consegue falar



           Amor é a palavra. Carinho e ternura de uma mãe que sofre tanto... Todo o dia derrama muitas lágrimas. Não teria como concluir esse conto diferente, tentando criar uma forma para solucionar esse drama. Não tem como encerrar essas poucas palavras criando um pretexto para uma possível solução que não existe. 


Ele nunca terá o cérebro de uma criança normal, mesmo que façamos todas as terapias impossíveis, inclusive as que demandam viagens para China e necessitam de células tronco ou algo do tipo. Não há indícios que um cérebro sequelado difusamente por falta de oxigênio, possa se recuperar totalmente de suas funções. 

As funções essas me machucam muito... Saber que meu filho não consegue falar ou escrever por que os homens desse mundo não deram importância ao seu nascimento. Enquanto eles o trataram como feto, ele sempre foi meu filho desde as primeiras gramas de seu peso. 

Esse filho que não pode falar e escrever, e também não consegue se defender desse mundo cruel e hipócrita, ele ainda está vivo com muitas sequelas. E vivendo juntamente conosco recebendo todo o amor e ternura que a sociedade infelizmente não consegue dar, e nunca compreende. Ele não consegue falar, mais eu falo por ele. 

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Não sou apenas seu pai biológico. Um pai de gametas que fecunda uma mulher e fica por isso mesmo, que gerou numa fêmea mamífera humana, inclusive que é tratada como macaco por esses cientistas psicopatas malucos. Sou pai de um ser humano, e não de um feto. 

Se ele não consegue falar é por que calaram a sua voz por negligência e omissão, mais ela ainda continua baixinha... E nos simples detalhes de seu som, elas repetem a música que canto nos seus pequenos ouvidos. Eu sinto seu olhar, ele olha para mim tão diferente... 

Fixa as pupilas em minha direção, e dentro delas refletem um brilho gigantesco, como se falassem para mim que eu não sofresse mais, por que ele estava vivo, no meu colo, recebendo meus abraços e afagos. 


Às vezes quando toco nos seus pequenos bracinhos paralisados, observo as pontas dos seus dedinhos, eles começam a mexer lentamente, e respondem as minhas carícias delicadas de pai. Sua pele tão macia sente a minha sensibilidade, e se transforma rapidamente, como se nenhuma limitação o impedisse de se comunicar comigo. Sua mãe o pega delicadamente segurando o seu pescoço para que o mesmo não caia para frente ou para trás. 


As pessoas passam de longe enxergando aquela cena... Algumas com ar de descriminação nunca entendem o que aconteceu conosco e com ele. Alguns curiosos perguntam, outros acham que foi praga, que estamos pagando uma penitência, enfim, existem pensamentos diferentes sobre o caso que não influenciam em nada sobre o amor que sentimos por ele, e sobre o brilho que o mesmo transmite num mundo tão podre e insignificante como esse, que jamais vai entender uma palavra sua. 


Mesmo que por um dia, ele conseguisse falar e escrever, mesmo que por um dia conseguisse andar, pular e brincar com outras crianças... O mundo nunca iria parar para observar essa cena. Nunca! Por que os carros vão e vem e as pessoas continuam correndo atrás de dinheiro, enquanto corremos por amor. 


E enfrentamos o transito, a lei, a injustiça, e os poderosos, para mantê-lo com vida ao seio de nosso humilde lar. Obrigado Pedro Lucas por sua existência. Não precisa falar que me ama não precisa me abraçar com suas mãos, seu olhar é o bastante para ficarmos em paz. Você sempre será um sucesso, independente de sua limitação. Compartilhar


Os guerreiros têm um toque especial de Deus sobre seus cérebros

     Os guerreiros têm um toque especial de Deus sobre seus cérebros: “Eles nunca morrem”. Resiste a falta de oxigênio ao extremo, alguns ficam eternizados pela genialidade de sua essência, pois são poucos que sobrevivem dessa forma. Guerreiros que são vitimas do sistema hipócrita social da humanidade capitalista. Quantas vidas infelizmente se acabam mesmo antes de começarem... 


E muitos cérebros que poderiam fazer a diferença nesse mundo, acabam sufocados pela ignorância dos homens. Poucas crianças nascem assim, são raras, entre um em cada mil delas são vítimas de imperícias médicas e hospitalares. 


Certo dia estava conversando com uma técnica em enfermagem, e a mesma me falou das atrocidades que alguns obstetras vêm causando no seio materno dos hospitais. Segundo ela, problemas como esse que aconteceu com o meu filho, ficaram cada vez mais comuns hoje em dia, principalmente nas pequenas cidades do interior do estado. 


A culpa para essa monstruosidade se chama: “Política”. Ultimamente existe um projeto governamental para que mulheres tenham seus filhos normais, e que apenas em ultimo caso, recorram a cesarianas. Dificilmente elas terão seus filhos por partos operatórios, mesmo com toda dificuldade de passagem. Eu não queria dizer isso, mais um simples parto pode destruir ou fazer uma família feliz. Preciso chorar nesse parágrafo mais uma vez... Desculpem-me!
      
 Um parto que não dura muito tempo, e que é algo natural do corpo humano, não poderia sofrer nada de complicação, principalmente por que estamos num século em que a medicina encontra-se avançada, onde existem mapeamentos do cérebro, neurocirurgias, cirurgias do coração, das veias etc. 


É inadmissível que haja partos com as complicações no feto, como essas que ficaram no meu filho. A enfermeira falou com toda convicção de que eles quebraram a clavícula do meu filho, simplesmente por que quiseram. Não tiveram a menor sensibilidade de pensar no prejuízo que isso causaria na vida dos seus pais. Aqui está um grande problema social, algo que infelizmente temos que aceitar: “Hoje a vida de um ser humano não vale mais essas coisas. Perdeu-se o valor social, trocando-se por moedas e reais.”
   
O médico que fez o parto de minha mulher, ele e tantos outros são treinados para matar crianças dessa forma, para controlar a taxa de natalidade infantil. Parece macabro mais parece que existem projetos para controlar a taxa de natalidade infantil dos hospitais. 

E por quê? Por que o nascimento de uma criança num mundo como esse se torna bastante complicado por conta das crises políticas e econômicas. Isso mesmo. A taxa de natalidade pode contribuir para uma população mais numerosa, mais complexa e competitiva, tornando a vida muito mais burocrática e cheia de desafios e pesadelos.  


Assim um país pobre não pode sanar problemas de saúde, nem ter condições de cuidar de sua nação, se o mesmo possui altos índices de massas humanas desempregadas por falta de recursos que não atendem a todos.    A única forma de controlar esses nascimentos, talvez seja dificultando o acesso aos partos cesarianos e assim promovendo um maior número de mortalidade infantil ou morbidade.   
        

No caso da morbidade e sequelas o governo sem sombra de dúvidas terá muito mais gastos para resolver o problema dessas crianças sequeladas de parto, pois manter tais pessoas com desordens neurológicas nunca é fácil. Haja por vista que os quadros são muito diversos, e que a maioria desses seres com problemas no cérebro, demandam muitos tratamentos difíceis e caros. 


Isso é uma injustiça por que quem é o médico ginecologista obstétrico que vai querer arcar com essas despesas no lugar dos pais? Nenhum. 

Eles se arriscam por que sabem que infelizmente 90% das crianças sequeladas com esses problemas decorrentes do parto, são filhos de pais humildes que não entendem nada sobre medicina, e não teria coragem suficiente para processar um sistema corrupto como esse, que oferece uma vaga para inúmeros recursos da contra parte até o terceiro grau nos tribunais judiciários, até que o supremo os condene por suas falhas. 


E paguem seus erros nas ultimas instâncias do poder judiciário.    Não existe uma só noite que eu não sonhe com esse médico quebrando a clavícula do meu filho, e traumatizando o seu cérebro. Como eu queria que ele entendesse o meu sofrimento e drama familiar... 


Queria fazê-lo enxergar que minha vida ficou complicada por causa de sua negligência e imperícia. Ele tem a sorte do mundo, pois ao contrário existem muitas pessoas más nesse mundo que jamais perdoaria seu ato humilhante e desumano. 


Nunca perdoariam uma falha como essa, como eu também jamais perdoarei, pois o cérebro do meu filho seria ainda melhor se não tivesse essa sequela... Essa pedra no caminho. Não posso negar que mesmo com tantas sequelas, também tive muitas surpresas, pois ele fazia dessa pedra algo pequeno.Algo que não impedia de sorrir, diante de uma coisa que o fazia chorar.




Uma descoberta ainda mais desafiadora



     Então teve alta. Foi encaminhado para casa com indicações terapêuticas para fonoaudiologia e fisioterapia para o resto da vida. Aqui está um ponto muito crucial. Como não tínhamos recursos o suficiente para que o mesmo fizesse as melhores fisioterapias, ele perdeu muito tempo com fisioterapias erradas, feitas por profissionais que não eram especialistas em reabilitação neurológica.


 Uma das grandes sequelas do garoto foi ele ter ficado com a coordenação motora completamente danificada, e não ter tido uma estimulação precoce para desenvolver mais o potencial do seu cérebro. 


No entanto mesmo com essas deficiências financeiras e de profissionais o garoto nos surpreendeu mais uma vez. Passou a se alimentar na colher, e não teve problemas severos para deglutir o alimento. Apesar de que às vezes engasgava-se com facilidade. 

O que realmente nos surpreendeu ainda mais não deixando de lado o sofrimento cerebral difuso é que ele havia ficado com uma síndrome muito rara, chama-se “Síndrome de West” que é uma encefalopatia epilética de difícil controle ocasionada por uma lesão cerebral, totalmente sem cura, e que exige um tratamento desafiador. 


Como se não bastasse a sua era do tipo sintomática, quando não há possibilidade de controle com remédios, pois se trata de uma lesão no cérebro que causa circuitos elétricos chamados de “Espasmos”, tais circuitos causam uma tremenda bagunça na atividade cerebral, provocando arremessos do corpo para frente e para trás violentamente, a depender do nível de voltagem que as ondas atingem. 


Os arremessos para frente chamam-se flexões do tórax e que aparentemente parece que o bebê irá segurar uma bola, dando o grito de dor seguindo de choro. Geralmente esse tipo de ataque é muito sofredor, por que sacode o corpo da criança para frente como se estivesse lançando ele contra si mesmo. Esses arremessos costumam repetirem-se durante o dia várias vezes, podendo chegar a números catastróficos, em centenas de vezes por minutos e segundos. 


Se não forem controlados podem causar muitas deformações no quadril, nos ossos, e inúmeras complicações respiratórias na criança. Se não for tratado com remédio adequando pode levar a morte do bebê que não consegue atingir seu primeiro ou segundo ano de vida. 
      

Imagina tudo isso pegar uma família de surpresa, sem que a mesma não saiba o que significa essa doença, e não sabe a importância de fazer todas as terapias multidisciplinares. Com toda certeza, essas crianças não vão muito longe, e acabam morrendo de infecção e pneumonias de repetição.


Tratar uma síndrome dessas exige além de conhecimento, muito recurso financeiro, tendo por vista que o remédio principal para o controle dos espasmos, pelo menos parcialmente para que não se repita com freqüência, esse remédio é o sabril. É um medicamento de alto custo, onde apenas uma caixa custa nada mais que 250 reais e dependendo do uso o paciente pode chegar a tomar duas a três caixas dessas durante um mês.


 Isso é apenas um dos medicamentos, que controlam os espasmos de flexão e extensão, mais não controlam totalmente as crises. Para que tenha um controle sobre os ataques mistos, o que se deve tomar são outras drogas combinadas com o sabril, entre elas o Clobazam, Gadernal, Depakene etc. O desafio da neuropediatria é combinar uma quantidade X que evite 100% qualquer tipo de crise, seja ela espasmo ou epilepsia de diferentes estilos e formas. 


Fazer qualquer terapia como motora, respiratória, fonoaudiologia, terapia ocupacional, hidroterapia, eco terapia etc. Tudo isso sem o controle das crises é o mesmo que não fazer nada. Então tem que controlar as crises antes de se pensar nas demais terapias. 


Na verdade o sucesso do controle dessa doença e evolução do paciente só se dar de forma multidisciplinar. Ele tem que passar em todas as terapias descritas acima, sem falar na neuropediatra e pediatra constante. A síndrome de West maltrata a família que tem que assistir esses espasmos sem ao menos poder fazer nada, pois mesmo com as drogas ainda se ver episódios de espasmos ao acordar e ao adormecer, porém Pedro tinha muito ao acordar.

 Essa doença tirou o meu sono por muitos dias. Foi alvo de muitas internações de Pedro, inclusive na UTI pediátrica pela segunda vez.Quando falo que o cérebro de Pedro é o melhor do mundo, faço jus a essa palavra, por que mesmo com essas crises, ele deu uma convulsão apenas uma vez e estava com febre de 39 graus. 


Vivemos muitos momentos de pânicos nesse seu primeiro ano de vida, e aprendemos muitas coisas, eu mesmo aprendi o sentido da vida que nada mais é que lutar, lutar, e lutar.Algumas vezes compramos sem poder, comprometendo o orçamento da família, por que o estado e o município estavam negando o direito que ele tinha de receber essas medicações. Essa parte de minha vida se chama “Conhecendo a justiça”, já que nunca tive contato com advogado nenhum antes de meu filho nascer. 


Jamais imaginei que ter um filho especial custasse tanto sofrimento e desafio assim. Tivemos que mudar nossa rotina de trabalho, nossas vidas, e mudamos de cidade em busca de um tratamento multidisciplinar. A síndrome de West tem roubado inúmeros dias e noites de sono tranqüilo, e saber que tudo isso foi causado por uma irresponsabilidade médica... 


Então para não descermos ao fundo do poço, entramos com uma ação judicial para conseguirmos esse medicamento na justiça e obrigar o município a comprar o medicamento. Conseguimos sair da zona de perigo social, e depois da sentença, esse remédio não foi mais problema e preocupação para nós.

                        


O cérebro precisa ser alimentado


   Alimentação. Essa parte é um tremendo desafio para mães que tem filhos com paralisia cerebral e sequelas neurológicas. Sem a alimentação Pedro não aumentaria de peso, não poderia inclusive desenvolver pequenas habilidades que desenvolveu durante os 22 dias que ficou internado naquela UTI. 


Ele só saiu de lá por que sua mãe com muita determinação e fé, treinou a sua sucção tal como uma fonoaudióloga persistente; ele precisava ganhar peso em tempo hábil. Mais como seu cérebro lesionado poderia comandar a sucção se difusamente tudo estava morto, sem nenhuma atividade cerebral, poucas ondas se manifestavam. Parecia um silêncio elétrico do cérebro. 


Quando esse silêncio chega, são indícios de que o cérebro está quase morto. Ele precisa de energia, e só poderá ter novamente suas atividades alimentando-se de leite materno. Pedro mau se alimentava, e às vezes era colocada uma pequena sonda para que o mesmo aceitasse o leite. 


Foi assim que conseguiu boas respostas durante os 22 dias de internamento. O que eu não compreendia como um cérebro tão lesionado seria capaz de comandar tanta coisa em tão pouco tempo. Como por exemplo, pegar no bico do seio materno e mamar como uma criança normal sem que tivesse condição para isso, e por um dia ele fez isso, e nunca mais esse episódio aconteceu outra vez.         



Depois que conseguiu se alimentar dessa forma, recebeu a alta hospitalar em 22 dias, e tudo parecia que ficaria bem no pequeno. Isso por que ele movia os pezinhos, as mãozinhas. Sua clavícula havia se recuperado segundo parecer do ortopedista, então tudo se encaminhava para uma vida sem sequelas gigantes. Mas muitas surpresas dramáticas aconteceram. Perdoe-me... Preciso chorar nesse parágrafo.  [...]
         
Parece comum chorar escrevendo, mais é exatamente assim que me sinto. Quanto mais eu escrevo sobre Pedro Lucas, mais vontade de escrever eu tenho.Muitas pessoas não conseguem ver os mínimos detalhes de uma cena como essa. Uma mãe segurando o seu filho, e sua cabecinha... 


Não  é simplesmente o fato de beijá-lo por que toda mãe o faz, mais a maneira especial de encarar um grande problema sorrindo e brincando.Geralmente não conto as vezes que a peguei chorando sozinha, mais não queria derramar uma gota de lágrima em sua frente. 


Ele não merecia sentir essa tristeza. Ele teria que receber os seus abraços, e mesmo que não fosse uma criança normal, ele não tinha culpa de suas limitações motoras não terem reflexos suficientes para comandar o corpo.Assim o que sua mãe poderia fazer? Algumas mães geralmente não fazem nada, reclamam muito, e as vezes desprezam seus filhos com deficiências e os jogam a mercê da solidão... 


Isso é a verdadeira catástrofe, pois sem alimentação o cérebro começa a atrofiar cada vez mais, e termina vegetando sem nenhuma atividade. Era assim que o cérebro dele ficaria caso não fosse estimulado com carinho e afeto. Não existe terapeuta que possa substituir essa energia. Ele sente que o amamos, e que no fundo não se sente sozinho ou desprezado.


A neurologia descreve bebês hipoxiados e sequelados como incapazes de ter expressões emotivas, e que muitas vezes eles não choram, não sentem nada, não demonstram respostas a caricias e toques, e não expressam estados de alegria, pelo menos os casos mais graves como esses que aconteceram com Pedro. Olhando a imagem acima, é de si pensar que não existe nenhuma história dramática entre essa mãe e esse bebê... 


Por que ambos se olham, ambos se expressam. Eu como seu pai, também tive muitos momentos assim, delicados, expressivos, e ele sentia todas as minhas caricias, todo meu amor. Não pense que quando o pego em meu colo penso em sua limitação. 


Para mim ele é alguém que foi estacionado por pessoas ignorantes e cruéis, ele não é assim, pois no ventre de sua mãe respondia com pequenos chutes o tocar dos meus dedos em sua grande barriga.Parece até mesmo que sou um pouco exagerado demais, e que ninguém nesse mundo perderia tanto tempo escrevendo sobre seu filho como eu escrevo.


Principalmente por que diante de uma criança sem muito movimento, não há o que se escrever. Perde-se os detalhes do beabá, do engatinhar, e das conquistas que geralmente todos tem. Muita das vezes traquinagens, brincadeiras, tudo isso faz parte da infância normal... 


No entanto quando esses filhos nascem assim, pouco se fala sobre eles. Pouco se percebe seus movimentos. Mais meus olhos parecem não serem deste mundo, parecem não enxergar a ótica real que tantos homens enxergam... Prefiro nadar na imaginação de suas expressões, do que estudar suas sequelas. Prefiro amá-lo enquanto ele ainda percebe os meus toques. Certamente nossos dias serão cada vez mais únicos, cada vez mais eternos.



Uma U.T.I sem localização





     Aquele foi o dia. O dia que achei que todos os meus sonhos acabariam. Nunca imaginei que fosse passar por aquela situação. Cheguei no hospital onde meu filho iria nascer depois de cinco horas de sofrimento. Eram 6 horas da manhã. 

O recepcionista nos atendeu, registrou a entrada e atendimento. Na hora que peguei nas bolsas para levá-la ao quarto onde ficaria aguardando o momento do seu parto, o recepcionista me advertiu logo.


 Disse que eu não poderia entrar, por que os pais não poderiam acompanhar as mães... O hospital estava superlotado, insisti que aquele era meu direito, eu tinha cobertura diante da lei para não só ficar ali, como também assistir ao parto, se assim quisesse. Porém eles continuaram negando essas afirmações. Então convidei a minha cunhada para ser acompanhante de ultima hora, para que a mesma não ficasse sozinha naquela sala de parto. 


Ela aceitou, e o hospital também, por que segundo eles, somente mulheres poderiam ficar naquele local, e mais ninguém. Então despedi de minha esposa com um beijo, e falei para ela que mais tarde, assim que nosso filho nascesse eu iria então olhar para ele, já que o hospital estava me proibindo de assistir ao parto dela.
       
As 10 horas da manhã liguei para minha cunhada para ver se meu filho já havia nascido, e ela disse que não.Pensei comigo por que ainda não havia nascido, e achei até estranho por que as contrações dela haviam começado á meia noite do dia anterior ao parto.


Então eu percebi que algo estava dando errado, e comecei a ficar nervoso. Corri ao hospital, e mais uma vez fui proibido de entrar. Minha esposa tinha um plano de saúde muito bom de cobertura nacional. Porém, mesmo sendo internada com esse plano de saúde, não usufrui do direito que ele me concedia no contrato. 


Injustiça é a palavra que aconteceu naquele dia, negligência e muita omissão de socorro. Quando consegui de fato ver meu filho, foi as 3 horas da tarde daquele triste dia. Entrei naquela sala imunda, onde outras mães pariam seus filhos na frente do meu filho. 


Ele estava com uma máscara de oxigênio em sua cabeça, que não era recomendável para seu tipo de problema. Ele deveria ser entubado, para receber oxigênio por ventilação mecânica. Mais nem isso o hospital teve a iniciativa de fazer, logo o pediatra que é o profissional habilitado para isso, não estava presente na sala de parto, desrespeitando uma norma obrigatória no código de ética médica.
        



Quando o vi naquele estado, comecei de fato a lutar por sua vida, corri nos quatro cantos daquele hospital. 

Reclamei do ocorrido, até que eles se prontificaram em chamar a Pediatra, que apareceu sem graça depois de 3 horas depois que sequelas já estavam estabelecidas no cérebro do garoto. Sem muita sensibilidade ela me deu o encaminhamento para UTI neonatal. 

A próxima falha chama-se " Falta de comunicação".Parece brincadeira, mais mesmo sabendo que a mãe tinha plano de saúde com cobertura nacional, simplesmente eles não acionaram as UTI,s credenciadas do plano. 


Ficaram tentando encontrar vagas do SUS, o que não seria necessário, já que o plano dava cobertura para essa transferência, bastasse o hospital providenciar a viagem. Toda a burocracia da transferência se deu por um único motivo: 

" O hospital não queria se dar o trabalho de ligar para o plano de saúde, ou se responsabilizar na transferência do garoto até a UTI neonatal." 

E talvez o plano de saúde não quisesse arcar com a transferência dele para essa UTI. Nesse caso o que percebi depois de muita análise, é que ambos, plano de saúde, hospital, e médico, foram os responsáveis no caso de Pedro, e por causa da pouca importância que deram a vida de meu filho, ele ficou sequelado com paralisia cerebral e síndrome Epilética Infantil grave.
         
Finalmente depois de 30 horas nessa maca com a máscara em sua cabeça, conseguiu sair do lixo daquele hospital e foi transferido para outro com menos lixo e omissão. 


Colocaram dentro da ambulância, e em vez de levá-lo até a UTI, transferiram para um segundo hospital semelhante, com poucos mais recursos. Eu não pude acompanhar dentro da ambulância, mais minha esposa foi dentro dela sabe Deus como, e o sofrimento que a mesma passou nesses dois percursos até a chegada a UTI foi muito grande. 


As outras 20 horas ele ficou nessa unidade hospitalar, que também não tinha capacidade nenhuma para socorrer bebês com falta de oxigênio cerebral. Pedro nasceu com sofrimento agudo, causado pela demora do parto normal. O que custava esses malditos terem feito uma cesariana em minha esposa? Como são cruéis!
     

Ali os médicos diagnosticaram logo sua clavícula quebrada, e fui logo comunicado dessa falha, onde espalhei o ocorrido nas redes sociais e a cidade em peso ficou em estado de alerta, todos comentando a respeito do caso. Muitas palavras de apoio, muita oração, aquele momento era muito forte. 



Foi quando conseguiu uma vaga na UTI e o milagre de sua resistência fenomenal se revelara na boca da neonatologista que estava de plantão. A mesma olhando para mim, dizia que não estava entendendo nada, por que o estado do garoto era muito grave, e não poderia prometer que ele sairia dali com vida. Mas ele demonstrava uma resistência. 


Os aparelhos tocavam... Aquele som tão triste me causava medo e ansiedade. Medo de vê-lo sair daquele lugar dentro de um caixão, pânico de perder minha família.    Saímos dali sem muitas esperanças. Minha esposa voltou para casa chorando amargamente, estava desesperada, a ponto de enlouquecer. Ela gritava:


— Eu quero meu filho! Eu quero meu filho!


Todos tentavam consolar seu coração, desanimados, esperando a triste notícia de seu falecimento. Então o telefone tocou... Era da UTI neonatal eles estavam procurando a mãe para avisar que desligariam os aparelhos, e que se ele o resistisse iria sobreviver, ainda que com muitas sequelas. 


Eles desligaram os aparelhos, e para nossa surpresa ele resistiu. Conseguiu respirar sem ajuda do mesmo. Minha esposa deu um pulo da cama, e aos poucos seus soluços foram diminuindo, suas mãos trêmulas foram parando. 



Ela trocou de roupa, fez as malas e se preparou para voltar a UTI novamente. Foi quando ouvi uma voz que me dizia assim: “Você viu... Eu devolvi o oxigênio do cérebro do teu filho, eu enchi os seus pulmões com a vida da terra. Você consegue agora entender o que é a vida? Você consegue entender que ela não é movida a substâncias, pois a medicina não poderia ter feito respirar outra vez”.