O jardim dos filhos terrestres






   Na floresta dos florais, algo me deixou pasmado. O projeto da vida começou ali naquele local. Pude ver de perto as obras de suas criações. Vi o desabrochar de uma flor. 

Meu pai criou a arvore da vida, nela existe uma flor chamada “Gineceu” as pétalas que geram projetos de filhos. O pássaro da vida pousou sobre a pétala e a flor se abriu. O perfume da sua beleza começou a ser exalado, e dela saiam ramos e polens que eram levados pelo vento celeste:


— Pai o que são essas flores?

— Filho são os filhos terrenos que criarei. A vida é uma das dádivas mais preciosas, um dos projetos mais fabulosos que eu planejei no segundo reino. Um dia você descerá as partes mais baixa dessa terra, para visitá-los. Você morrerá por eles.



Eu sou o alfa o ômega, o começo e o fim. Testifico essas coisas por que vi as obras do meu pai, e por elas eu sou conhecido. Eis que suas mãos criaram o abismo, e o ilustrou de brilhantes estrelas. Eu vi o invisível transformando-se na matéria, eu senti o meu espírito se desenvolvendo em células humanas.

Entrei nas partes mais profundas do útero de uma mulher, deixei a cidade onde era a majestade mais brilhante, e me tornei um bebê, uma simples criança nascida da carne. As obras do meu pai são eternas, ainda que seja sua sabedoria, fico encantado com o tamanho do seu poder.

 Quantas estrelas foram postas no céu? Ele fez o abismo criar um ponto de luz, ele raiou na escuridão. Meu pai é o maior artista de todos os tempos, segura os planetas em suas mãos.

Passeia dentro do sol, segura as energias com o seu pensamento. E pensar que eu sou parte dele, e que nas suas criações eu estive presente. Agora entendo por que sou seu filho, e por que ele é o pai de todos os filhos. Os animais o adoram, as florestas o encantam. Eu vejo os passarinhos a voar, sinto suas asas no céu se comunicando com meus anjos:

— Filho aqui está o ponto de luz, faço a energia... 

— Pai aqui está teu filho, sigo a tua luz.

— Maravilha! 


Ouvi um barulho, eu sei que tremeu a face do abismo. Posso sentir o ponto de massa incandescente que a partícula de um quark a se multiplicar. Vejo a criação do tempo em suas mãos. O ponto de luz se expandiu...

Houve milhares de corpos brilhantes que cobriam o abismo. Ele impulsionava com as sua força um jato de partículas e elas encantaram o meu mundo. Não era a primeira vez que eu assistia a aquele filme. Mais ao vê-lo fazer os filhos terrenos, fiquei completamente fascinado.

O que levaria a desejar criar um reino onde o tempo seria contado? As frações de segundos seriam todas medidas com o peso de sua balança? No entanto foi o reino que eu mais fiquei admirado, eu sabia que eu entraria nele e os homens não me aceitariam como rei.

Eu montaria num jumentinho em vez de um cavalo, eu receberia uma coroa de espinho, em vez de uma coroa de ouro do meu pai. Eu nasceria meio aos animais, numa cabana de palha. Minha espada seria a minha voz. Ele formou a galáxia que eu iria visitar.

Nela ele desenhou o sol e a lua. No momento exato da criação da terra ali estava eu, ajudando nos seus cálculos, apreciando a sua profunda matemática. O desenho da terra era simplesmente uma engenharia fenomenal, meu espírito entrou nas águas e eu bradei com a minha voz de trovão.

Os relâmpagos eram meus guias, eu brilhei na alvorada, nas gotículas da chuva entrei, e molhei as montanhas, e assisti milhares de peixes no profundo dos oceanos. Multidões de cardumes nadavam os animais terrestres embora fossem frágeis e mortais, me encantaram com sua beleza, e os animais da minha gloria se encantaram também. Vamos fazer comigo essa viagem ao inicio da vida terrena?

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